segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Coleção Chico Buarque e Outra Coisa Qualquer...

Dia desses ao fazer uma das coisas que mais faço desde que me entendo por gente ,ou seja, assistir tv, vi uma propaganda que me chamou bastante atenção. Era da coleção Chico Buarque da editora Abril, que me deixou interessado e com muita vontade de começar a colecionar, pois além de admirar muito o trabalho desse mega compositor da MPB, também levei em conta o preço da publicação, a primeira edição custava apenas R$ 7,90, muito barato se for levado em consideração a qualidade gráfica, editorial e musical,  já que cada volume acompanha um CD de alguma fase marcante da carreira do Chico. Pena que o precinho agradável era somente para o primeiro volume, acho que usaram isso para popularizar a coleção, o que  eles conseguiram, eu mesmo fiz a propaganda boca a boca pra muita gente.
No primeiro volume da série veio o cd "Chico Buarque 1978" com uma gama enorme de musicas de sucesso como: Feijoada Completa, Cálice, Trocando em Miúdos, Pedaço de Mim, Tanto Mar, Apesar de Você e muitas outras canções que como é explicado no encarte foram censuradas na sua época de lançamento e só em 1978 foram liberadas pela governo militar que já estava em um processo de abertura política. 

Capa do filme Zuzú Angel de 2006

No mesmo dia em que comprei a primeira edição, por acaso, assisti ao filme Zuzú Angel que conta a história da homônima estilista brasileira que teve o seu filho preso, torturado e morto pela ditadura militar e que fazia de tudo para que soubessem os horrores praticados contra os presos políticos no início dos anos de 1970, considerado o período de chumbo da ditadura no Brasil. No filme Zuzú recebe uma encomenda do Chico Buarque, uma fita com a musica Apesar de Você que se insere de uma forma emocionante e dramática ao final do filme. Só abri esse "parênteses" para dizer que falar da obra de Chico Buarque dos anos 70 é pensar na história do Brasil, não só na parte musical, mas de maneira muito abrangente na política e nas questões sociais.

Voltando a falar da coleção, quando saiu o segundo volume não pensei duas vezes em comprar, mesmo com o preço mais salgado (agora a R$ 14,90) a edição veio mais do que especial, além do encarte com toda a contextualização histórica o albúm escolhido foi: Construção de 1971. Nesse disco o que não faltou, além de todo protesto do Chico Buarque militante, foram as musicas feitas em parceria, como: Desalento composto junto com Vinícios de Moraes, Olha Maria com V. de Moraes e Tom Jobim e o famoso Samba de Orly na parceria de Vinícius de Moraes e Toquinho. Para mim esse é o melhor disco do Chico já que duas das musicas que eu mais gosto em seu repertório estão nele, estas são: Cotidiano e a canção que dá nome ao disco Construção, musica esta que me lembro bastante dos livros de língua portuguesa do ensino fundamental, pois além da sua engenhosa métrica poética ela tem todos os seus versos terminados com palavras proparoxítonas. 
Se vocês se interessaram na obra do Chico Buarque é só despir os seus ouvidos de qualquer preconceito à MPB e começar a ouvir e tentar interpretar suas letras que vão sempre ser contundentes e primorosas na sua essência. 


Aqui vai uma amostra do disco Construção, a musica Cotidiano, numa interpretação ao vivo com um arranjo diferente do tradicional samba: 




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